sexta-feira, 17 de junho de 2016

Mazda MX-5 Miata


Mazda Miata Circa 1992 - hotwheels.wikia

Salve galera!

Depois de um tempo off, hoje comentarei um pouco sobre o Mazda MX-5 Miata. O carro que praticamente reinaugurou o segmento de Roadsters no mundo e também foi meu primeiro HotWheels. Infelizmente não o tenho mais (que esteja nos céus dos HotWheels), mas tenho um destes na minha coleção. Este que ilustra o começo da matéria é igualzinho ao que eu tinha. Veio numa pista HotWheels chamada "Onda Radical" que comprei em 1994, como presente de Natal na finada DB Brinquedos e custou R$34,00. Ainda na época que a Estrela trazia a HW para o Brasil, sob licença da Mattel.

As quatro gerações do Mazda MX-5, no sentido horário: na posição 4h: NA. às 8h: NB. Às 10h, o novíssimo ND e as 2h o NC - www.carscoops.com 

Qual a definição de um roadster?

Um roadster é um carro esportivo, dois lugares e conversível. Ou um conversível de dois lugares. Na essência, trata-se de um carro bastante espartano, muitas vezes, sem portas, sem teto ou mesmo, apenas com uma carroceria rudimentar. Hoje os roadsters são muitas vezes equipados com capotas de acionamento elétrico ou até a opção de um "hard top", transformando o veículo em um pequeno coupé.

Um carro, vários nomes e um propósito: diversão

Twitter - Mazda UK - @Mazda_UK
O Mazda Miata ou Mazda MX-5 ou mesmo, Eunos Roadster, como é chamado no Japão foi apresentado ao público em Fevereiro de 1989 no Salão do Automóvel de Chicago. Suas vendas iniciaram em Julho de 1989. Nota-se que 1989 foi um ano agitado para a indústria automobilística japonesa, com lançamentos de peso que até hoje são lembrados e mesmo produzidos, em gerações mais modernas. O Lexus LS400 (aliás, o lançamento da marca Lexus, divisão de luxo da Toyota), o Honda NSX e a segunda geração do Nissan 300ZX, com a quase lendária versão V6 Biturbo.

A época, havia apenas um concorrente direto do modelo em volume de produção, o Alfa Romeo Spider. Haviam os roadsters produzidos em menor escala e notadamente ingleses, como o Lotus Elan e o Caterham 7. E modelos de maior performance e preço, como a Mercedes SL, a Ferrari Mondial, o Porsche 911 Cabriolet e por aí vai.

A ideia da Mazda ao conceber o primeiro Miata foi o de ser um sucessor espiritual dos antigos roadsters ingleses, como o próprio Lotus Elan, o Triumph TR7 e mesmo o Lotus 7. Tanto que o design do Mazda, apesar de elementos modernos para a época, como para-choques envolventes ou faróis escamoteáveis, tinha um ar retrô: a traseira curta e baixa e a silhueta de carros esportes dos anos 1970: frente baixa e longa em cunha.

E o propósito do Miata, na sua concepção era clara: Um carro barato e divertido. Nos moldes dos carros esportes ingleses conversíveis. Em 1976, Bob Hall, a época, reporter da conceituada revista Motor Trend reuniu-se com dois grandes do design e engenharia da Mazda: Kenichi Yamamoto e Gai Arai.

Bob Hall poucos anos depois juntou-se a Mazda e  retomou as conversas com Yamamoto, desta vez, este na posição de presidente da Mazda. E os primeiros esboços e conversas sobre o MX-5 foram surgindo e ganhando forma em Irvine, CA. A princípio, ele era conhecido como Duo 101 e posteriormente P729 (que se tornou seu codinome na marca). Hoje o primeiro MX-5 é conhecido como NA. E suas gerações posteriores, NB (1998 a 2005), a NC (2005 a 2015) e a atual, a ND. Aliás, o nome MX vem de Mazda Experimental.

A ideia seria um carro de motor central-traseiro e tração traseira, assim como muitos dos antigos roadsters ingleses. Os japoneses queriam a fórmula que deu certo nos últimos anos: motor e tração dianteira. OS executivos da Mazda USA insistiam na formula FR (front engine-rear traction). Eles estavam certos. Foi a fórmula para o ajuste 50/50 de distribuição de peso. E ainda, seguindo a filosofia do Jinba Ittai, numa interpretação livre, o cavaleiro e o cavalo, harmoniosamente interagindo, como um único corpo. Ou seja, motorista e carro num corpo só. E isto se traduz em cinco princípios básicos:

1- Carro o mais compacto e leve possível, porém, atendendo aos requisitos globais de segurança;
2- O cockpit acomode dois adultos médios confortavelmente. sem desperdício de espaço;
3- O layout básico do carro seja sempre a configuração de motor dianteiro, porém, a frente do motorista e atrás do eixo dianteiro para garantir a distribuição de peso 50/50;
4- As quatro rodas sejam com suspensão tipo wishbone ou multi-link de modo a maximizar a performance do pneu, aderência ao piso e estabilidade dinâmica;
5- Que o trem de força do motor (motor e câmbio) provenham uma sólida conexão entre o ele e o diferencial traseiro, para uma resposta precisa do acelerador.

O clássico Mazda MX-5 Miata NA e os faróis escamoteáveis abertos. www.carthrottle.com
O Miata tem na essência, aquilo que hoje, a meu ver, poucos carros têm. O compromisso de agradar a quem o dirige. Não agradar aos críticos de design. Não aos geeks que querem 500 mil ajustes eletrônicos (ele não tem nenhum, nem mesmo o novo ND). Não aos que querem uma compra racional - apesar de ser uma compra racional, pelo preço, performance e propósito. Mas aos que querem se divertir ao volante. O Miata é o famoso carro que você compra e quando vêem, é o carro que dizem "Mas um Miata?", mas na verdade, queriam mesmo é ter um na garagem.

Deixar o trânsito mais feliz e ficar mais feliz no trânsito. Um acesso às massas a um carro esportivo na essência. Acredito serem estas algumas das missões dele. Apesar que uma estrada aberta e num dia ensolarado ser o ideal para um carro destes. Sem pressa. O maior motor hoje disponível é um 2.0 (o maior até hoje) com 158HP. 0-100 em cerca de 7,3s. Pouco menos de um segundo mais rápido que o NA (8,1s). Não espere queimar asfalto com ele, já que este nunca foi seu propósito. Distribuição de peso 50-50, motor dianteiro e tração traseira. Aos que dirigiram dizem que, poucos nesta faixa de preço tem a dirigibilidade dele. Um carro único. E o roadster mais vendido do mundo. Quiçá, o esportivo na essência mais vendido no mundo.

Não a toa que o carro é ganhador de diversos prêmios mundiais, incluindo estar na lista dos carros mais importantes dos últimos 25 anos, o "World Car of the Year" de 2016 entre outros.

Esta é com certeza uma compra muito mais por emoção, do que por razão. De uma cabeça nas nuvens, mais que o pé no chão. Apesar de que o dedão do pé ainda está no chão. Não a toa, o MX-5 em 27 anos de produção, atingiu em Abril de 2016 a marca de 1 milhão de unidades produzidas.

As quatro gerações. www.carpatrol.com


Agora ele na escala 1:64 e Made in Malaysia.


Mazda Miata na versão HotWheels e com a clássica cor vermelha. hotwheels.wikia

Sobre o HotWheels, assim como o seu parente em escala real, ele saiu dos estúdios de design na California, em El Segundo. Seu autor na Mattel foi o lendário Larry Wood. Conhecido por "Mr HotWheels". Foi licenciado em 1990 e estreou na Mainline em 1991, na clássica cor vermelha, interior beige, para-brisa e quebra ventos incolores e as clássicas rodas BW. Possuía detalhes de seta diferenciada, formada pela mesma peça transparente do para-brisas. Curiosidade que esta combinação de cores não é comum no carro real, no NA, apesar da Mazda oferecer o interior beige em combinação com algumas cores, como o verde escuro metálico (British Racing Green). Esta uma série especial, comemorando o sucesso do Mazda na Inglaterra.

Sua base e carroceria foram sempre metálicas. E sempre produzido na Malásia. Tanto carroceria quanto chassis eram, normalmente, pintados.

A Mattel produziu o  MX-5 de forma intermitente nas coleções anuais, fazendo parte muitas vezes de kits de 5 ou 10 HWs ou de pistas.

Apesar de toda a história do modelo real, seu Final Run foi em 2003, sem nenhum outro substituto. Ele não teve um "Final Run" de fato. Pode ser uma "esperança" de relançamento, mas nada impede que foi o Final Run, já que nas edições de 2003 a 2005 ele não fez parte da série.

Mazda Miata Mainline 1999 - hotwheels.wikia

Eu tive a sorte de poder repor meu Miata. Retirei ele do blister, algo que hoje me arrependo. Assim como a "customização", pintando os limpadores de para-brisa e pintura das lanternas traseiras e o brake-light. Porém, as fotos e avaliação ficam muito mais fáceis.

Visão 3/4 dianteira do MX-5 HotWheels  Mainline 1999

Visão 3/4 traseira do MX-5 HotWheels  Mainline 1999

Interior do MX-5 HotWheels Mainline 1999

Chassis do MX-5

Lateral do MX-5

Topo/dianteira do MX-5

Detalhe do 3/4 traseiro do MX-5
O HotWheels está aberto há anos, então, percebe-se alterações na cor do para-brisa e quebra ventos, tornando-se amarelado. Vide a imagem da foto no começo desta seção, como esta peça plástica alterou as cores ao longo dos anos. E juro, a cor era de fato transparente.

Porém, os cromados das rodas estão em muito bom estado. Este HotWheels praticamente ficou guardado e sem rodar no chão - ou seja, usado como brinquedo. Isto com certeza ajudou a conservar o seu estado.

Percebe-se que haviam ainda algumas melhorias técnicas a serem feitas nas matrizes da HotWheels. Há folgas excessivas, na montagem chassis-carroceria, as setas/luzes de posição estão desalinhadas, há algumas emendas mais grosseiras no quarto traseiro e mesmo, umas falhas na matriz na linha de cintura, justamente na junção das peças do chassis e carroceria. Outra coisa que se nota são as rodas para fora da caixa de rodas, ou seja, eixo mais largo que o normal.

Mas, temos que considerar que a matriz é de 1990, ou seja, 26 anos atrás. As tecnologias de confecção mudaram bastante de lá para cá, visto o salto na qualidade dos modelos mais recentes.

O modelo tem bastante detalhes, como ressalto no capô para abrigar o motor e seu comando de válvulas duplo, entradas de ar no para-choque, relevos representando as luzes de posição nas laterais dos para-choques, limpadores de para-brisa, brake light, o bocal do tanque de combustível (um tanto grande), os cortes dos faróis escamoteáveis e as lanternas traseiras. Porém, estes conjuntos estão um quê pequenos em relação ao modelo original. As lanternas poderiam ser, pelo menos o dobro do tamanho e os cortes dos faróis, pelo menos 25% maiores. Faltam, porém, retrovisores, algo que a Mattel se preocupou em reproduzir em alguns modelos posteriores.

O interior é bastante simples, sem muito compromisso com a reprodução da realidade. A alavanca de câmbio é posicionada atrás do local original e um tanto quanto grande. Não há nenhum tipo relevo nos painéis das portas. Nem da capota manual e seu nicho atrás dos bancos. E os bancos poderiam ter o encosto de cabeça mais arredondados, como é o modelo original. Porém, há uma reprodução em relevo do nicho dos difusores de ar centrais, mas apenas a silhueta. Há de se considerar que o interior do MX-5 NA real ser bastante simples, então, nesta escala, não haveria, de fato, muito o que se reproduzir.

As dimensões do Miata NA real:
Entre-eixos: 2265mm
Comprimento: 3950mm
Largura: 1675mm
Altura: 1230mm

O Miata em escala 1:64 teria as seguintes dimensões:
Entre-eixos: 35,4mm
Comprimento: 61,7mm
Largura: 26,2mm
Altura: 19,6mm

As dimensões do modelo, medidos com paquímetro:
Entre-eixos: 39,5mm
Comprimento: 66,5mm
Largura: 27,6mm
Altura: 21,7mm
Peso: 38g

Logo, as dimensões que ele apresenta se aproximam mais de uma escala 1:60, o que não é exatamente um pecado, visto que a Hot Wheels, na Mainline não tem a pretensão de uma reprodução fiel em escala. Até pelo preço que eles são vendidos nos EUA hoje, 2016: menos de USD1,00. Mais exatamente, cerca de USD0,85. Em 1996, era possível comprar HWs por USD0,30.

A pintura não é uniforme, possuindo alguns pontos de melhoria, como pequenas bolhas. Mas não há falhas na cobertura. Esta já é uma das miniaturas com o novo método de pintura da Mattel. Os detalhes impressos neste exemplar têm alguns pequenos pontos desalinhados. Houve uma das sobreposições das faixas que falhou, ficando levemente desalinhada. Porém, no geral, o alinhamento está adequado. Mas a escolha das cores deles em relação à carroceria, deixou-os apagados.

Considerações finais

O modelo era oferecido em pista HotWheels e de velocidade, assim, acredito que ele seria um bom modelo a ter o título de "Track Ace" e quem sabe até um eixo "Faster Than Ever", o famoso eixo com tratamento em níquel e as rodas cor bronze. Tão comuns em 2005/2006 e agora difíceis de achar. Porém, por estas rodas serem de 2005 em diante e o MX-5 com última edição em 2003, ele não chegou a ser candidato a ser equipado com estas rodas.

No mais, na minha opinião, trata-se de um modelo de um carro quase clássico. O que reviveu um dos tipos de carros de entusiastas e fez sê-lo mais acessível, diante de carros de quase centenas de milhares de dólares, porém, sem perder a graça e as delícias de ter um roadster na mão e na garagem. Do cuidado e fidelidade ao seu projeto e propósito nestas quatro gerações e 27 anos de vida.

Apesar das imperfeições na matriz, o veículo é bem reproduzido, até pela intenção dos HotWheels. É visível a melhoria na qualidade das matrizes e pintura ao longo destes anos, então, este é outro ponto a considerar.

Assim, considero que o Mazda Miata é praticamente um "must have" nas coleções de HotWheels. Especialmente aquelas de carros japoneses, carros esporte ou os que reproduzem carros reais. Uma pena ele ter saído de linha a mais de dez anos. Ou, pelo menos, não aparecer em nenhuma coleção da HotWheels neste tempo. A HotWheels ainda faz réplicas de carros da Mazda. Vide o RX-7 Savanna de primeira geração e o RX-3, lançado agora pela HW na série "Car Culture - Japan Historics" . Resta a torcida para uma reedição ou uma nova versão. Quem sabe a ND.

Curiosidades!
O Mazda MX-5 Miata foi também personagem da animação Carros "Cars". Ele foi representado pelas irmãs gêmeas, fãs do Lightning McQueen, Mia e Tia. Ambas da versão NA.

Mia and Tia - worldofcars.wikia

O polêmico apresentador Jeremy Clarkson, odiado por montadoras, adorado pelos fã do Top Gear, fez a seguinte declaração sobre o Mazda MX-5 de terceira geração (NC) em uma avaliação escrita em 2009:

"The fact is that if you want a sports car, the MX-5 is perfect. Nothing on the road will give you better value. Nothing will give you so much fun. The only reason I'm giving it five stars is because I can't give it fourteen"

Matéria completa: http://mx5roadster.org/clarkson/

Em tradução livre: "A verdade é que se você quer um carro esportivo, o MX-5 é perfeito. Nada nas ruas te dará mais valor. Nada te dará tanta diversão. A única razão pela qual eu dou cinco estrelas é porque não posso dar quatorze". Ele se apaixonou pelo carro.

Assim como Richard Hammond na apresentação do NC (T07E6) e na primeira avaliação dele, correndo inclusive contra um Greyhound numa pista de corrida de cachorros. Detalhe que o cachorro,valia mais em dinheiro que o próprio Mazda. Era cerca de £25.000 a avaliação do cachorro. E o Mazda, £18.900 em 2005, no lançamento.

Trecho do episódio 6 da 7ª Temporada do Top Gear - Via Youtube - Canal Top Gear.


E uma pequena história do MX-5, contada por ninguém menos que dois dos responsáveis pelo projeto, na Mazda dos EUA. Tom Matano e Bob Hall. E narrada por Jay Leno, uma das maiores autoridades em carros nos EUA.


Um abraço!
Domo, arigatou!


Fontes:
http://www.carscoops.com
http://gearpatrol.com
http://mx5roadster.org
https://www.pinterest.com/pin/501236633506148866/




quarta-feira, 1 de junho de 2016

Aston Martin DB10



Aston Martin DB10 - Hotwheels.com
Salve galera!

Protótipos sempre foram parte do universo automobilístico. E com miniaturas não poderia ser diferente. A HotWheels também faz miniaturas de protótipos e não é novidade nenhuma. Recentemente vimos, Cadillac Elmiraj, os protótipos do Honda NSX, tantas Lambos, como a Urus, a Estoque, a Veneno e mesmo Aventador J, Reventon Roadster e umas mais antigas, como o Audi Avus de 1991, que antecipou o uso de alumínio na estrutura dos carros da montadora alemã.

Mas poucos casos são os de modelos de montadoras reais feitos exclusivamente para filmes. E não estou falando da BMW Z8 do 007 ou Ford Explorer que foi lançada no Jurassic Park de 1992, Ambos foram comercializados normalmente. Ou da perua Ford LTD 1979 que foi bizarramente modificada para o clássico filme de Sessão da Tarde "Férias Frustrada" de 1983. Ou a sua reedição de 2015, a Tartan Prancer, da mesma sequencia. Mas estou falando do Aston Martin DB10 do "007 - Spectre". Que se junta ao carro de polícia do "Demolition Man", o GM Ultralite que era a viatura de polícia do filme. Ou do Lexus Concept do filme "Minority Report".

A perua do "Férias Frustradas" - IMCDb.com
Silvester Stallone a bordo do GM Ultralite em "Demolition Man" - imcdb.com
Os dois primeiros citados, o Aston Martin DB10 e o GM Ultralite viraram HotWheels. O Lexus baseou um modelo da Hotwheels, o Phanton Racer. Mas aqui apresento um pouco mais sobre o Aston Martin.

O GM Ultralite em versão HotWheels - hotwheels.wikia
Este foi apresentado ao público em Dezembro de 2014, como carro-conceito, e fazendo parte da apresentação do mais recente filme da Série 007, o Spectre. Inclusive sendo apresentado como um dos atores principais. O filme bateu o record da maior explosão cinematográfica da história até agora. Também tem uma das maiores bilheterias da série 007. E diz-se ser a possível última participação de Daniel Craig como o agente secreto.

express.co.uk

O DB10 mantém uma das tradições dos filmes do agente secreto inglês. Há 50 anos os carros da marca de Gaydon fazem parte das filmagens e porque não do elenco. Desde o quase lendário DB5 com Sean Connery ao volante em "Goldfinger" (Sendo o DB Mark III no romance escrito) e que depois apareceu em mais da metade dos filmes da franquia 007, passando pelo primeiro DBS do "On her Majesty's Secret Service", do quadradão V8 Vantage Volante do "Living Daylight". Sem esquecer do V12 Vanquish do "Die Another Day" e do  e o DBS V12 do "Casino Royale" e "Quantum of Solace". Quantos destes filmes eu vi? Ah, deixa para lá.

O DB10 real - www.autoexpress.co.uk

A vista traseira do DB10 - www.autoexpress.co.uk

Apesar da modernidade, ainda vê-se a silhueta dos outros Aston Martins no DB10 - www.autoexpress.co.uk
Painel e como manda o script, volante a direita - www.autoexpress.co.uk
O modelo em clay do DB10 - techspective.net
Aliás, falando em "DB", estas são as iniciais do diretor geral da marca, David Brown. E por esta razão esta série de carros possuem o "DB" nos seus nomes. Um pouco, egocêntrico, não? Porém, além de patrão, ele tem os créditos e leva os louros, ele salvou a empresa da bancarrota.

Voltando ao DB10, foram construídos apenas 10 exemplares. Todos foram construídos a mão pelos técnicos da Aston Martin em Gaydon, Inglaterra. Apesar desta exclusividade, ele utiliza a mesma mecânica do V8 Vantage (motor 4.7 V8 e câmbio de 6 marchas) e a mesma plataforma (VH) de quase todos os Aston Martins contemporâneos, com exceção do One-77, que utilizou uma plataforma exclusiva e do Cignet, que nada mais é que um Toyota iQ de luxo rebatizado. Pequenas modificações foram feitas nessa plataforma, visto que o entre-eixos dele é ligeiramente mais comprido e o DB10 é mais largo que os demais Astons de produção, quase da largura do One-77. 

Dos dez produzidos, quase todos foram "consumidos" no filme. Oito para ser exato. Dois foram utilizados com propósitos de merchandising. Em Fevereiro de 2016 um deles foi vendido, pela bagatela de £2,4 milhões - ou mais de doze milhões de Reais!

Apesar do propósito de ser um carro apenas para um filme, a Aston Martin afirmou que seu design baseará o design dos seus produtos no futuro. Ele foi um "preview" de como serão seus futuros produtos. Fontes dizem que este foi um dos mais bem guardados segredos da Aston Martin. Creio que tanto pelo segredo da super produção do Spectre, quanto desse estudo de design da marca.

Sobre o HotWheels, ele foi licenciado no ano de 2015, para a Mainline 2016. Trata-se de um lançamento, uma nova matriz. Foi lançado unicamente na cor prata e as rodas 10SP, as de dez raios tradicionais da Hotwheels.
loosecars.com
loosecars.com
Parte inferior (chassis) do DB10 da HotWheels

A miniatura, fabricada na Malásia, possui bastante detalhes, como retrovisores, um pequeno relevo no teto, presente no modelo real. E impressos, os faróis, a placa de licença "DB10 AGB", as tomadas de ar estilizadas/perfuradas sobre o capô do motor e o logo da Aston Martin no capô, para enfeitar, assim como é a cereja no bolo. A carroceria é em die cast provavelmente de zamac, sem grandes emendas aparentes. Há apenas uma no quarto traseiro em ambos os lados, próximo das lanternas e do final do paralamas. Sua base é em plástico preto e a reprodução dos vidros em um plástico transparente azul claro. O interior igualmente preto e com a direção do lado direito. Há uma tentativa de reprodução dos painéis das portas, apesar de ser liso e sem detalhes. Já é um progresso em termos de miniaturas deste preço e escala, visto que muitas sequer possuem isto.

E além da Mainline, a Mattel disponibilizou o DB10 na coleção "Entertainment", com uma embalagem diferenciada, assim com o acabamento, com a tomada de ar do parachoques pintada e as tão famosas rodas com pneus de borracha.

Apesar de ser parte das hoje, três miniaturas da série "007" presentes na Mainline - 2014 (Aston Martin DB5), 2015 (Lotus Esprit S1) - apenas na embalagem há uma menção da série diferenciada. Salvo detalhes, como o da placa, não haveria nenhuma outra identificação, ficando isto a cargo do colecionador. Futuramente em uma negociação desta "loose", haveria esta perda de identidade.

Esta é a minha...

Porém, trata-se de um belo exemplar e valorizado no mercado das miniaturas, por ser sua "primeira aparição" - um 2016 New Models e com este título de ser uma temática.

Vendas.
Caso queira adquirir as três da série (DB5, Esprit e o DB10), tenho elas disponíveis para venda.

Assim como um Lotus Esprit S1 da coleção "007", uma série a parte da Mainline e que foi lançada em 2015.
Lotus Esprit S1 - HotWheels 007 - Mercado Livre

Curiosidade!
Até hoje, o emblema dianteiro dos Aston Martins são fabricados por artesãos/ourives conferindo ao emblema o status de uma jóia. A marca é uma das poucas no mundo que ainda adotam este tipo de ornamentação em seus carros.

Fontes:
http://hotwheels.wikia.com/wiki/Aston_Martin_DB10
http://www.imcdb.org/vehicle_25982-Ford-LTD-Country-Squire-1979.html
http://www.imcdb.org/vehicle_3338-GM-Ultralite-1992.html
http://www.autoblog.com/2015/07/25/tartan-prancer-21st-century-wagon-queen-family-truckste/
http://quatrorodas.abril.com.br/blogs/planeta-carro/2015/07/30/tartan-prancer-a-melhor-minivan-do-mundo/
http://hotwheels.wikia.com/wiki/GM_Ultralite
http://hotwheels.wikia.com/wiki/Phantom_Racer
https://en.wikipedia.org/wiki/Aston_Martin_DB10
http://www.express.co.uk/life-style/cars/637168/James-Bond-Spectre-cars-showcase-Aston-Martin-DB10-for-sale-auction
http://www.autoexpress.co.uk/aston-martin/93225/aston-martin-db10-james-bonds-car-from-spectre-pictures
http://techspective.net/2015/11/06/007s-awesome-aston-martin-db10/
http://www.cinemablend.com/new/Spectre-Breaks-Box-Office-Record-Earns-More-Than-Skyfall-91747.html
https://www.youtube.com/watch?v=AdtSdVop6V0
https://en.wikipedia.org/wiki/Aston_Martin
https://en.wikipedia.org/wiki/James_Bond#Vehicles
https://en.wikipedia.org/wiki/List_of_James_Bond_vehicles


Muito obrigado, um abraço e até a próxima.

Mad Propz!


hotwheels.wikia.com


Olá pessoal ligado por aqui!

Quem disse que a Hot Wheels só faz carros? Tem caminhões, ônibus e mesmo aviões e naves espaciais. Aqui pode ser a garagem HotWheels, mas também, porque não, ser o hangar HotWheels. Dizer que uma das minhas grandes paixões é também a aviação.

Hoje escrevo sobre um dos Hot Wheels que sai um pouco da "caixinha" de fazer apenas carros. Escrevo sobre o Mad Propz. Por se tratar de um modelo criado pela HotWheels, inverterei as ordens de apresentações. Geralmente começo pelo modelo real e depois pela miniatura da HW.

O modelo foi desenhado por Steve Moran, que também desenhou outro HotWheels alado, o Sky Knife. O Mad Propz foi lançado na Mainline de 2004. 

Ele foi baseado no caça/bombardeiro leve americano da segunda guerra mundial, o Curtis P-40 Warhawk. Apesar de ele parecer bastante com o lendário caça inglês Supermarine Spitfire.

Curtis P-40 - warbird depot
Ele possui uma nacelle/cowling "nariz" longo, característico dos motores com cilindros em linha ou em V, como eram relativamente comuns na segunda guerra mundial. No caso do Mad  Propz, ele possui uma reprodução de um motor em V, aparentemente um V12 em posição normal. Possui asas elípticas e os trens de pouso do tipo convencional (tail dragger). Apesar de tanto o P-40 quanto o Spitfire terem trens principais retráteis, a geometria do trem de pouso do Mad Propz não parece ser a de ter um trem retrátil. Parece mais um trem fixo, o que para um avião que busca velocidade ser algo bem desvantajoso. E outra característica é a hélice penta pá, algo comum nos dias de hoje, mas bastante rara no período entre guerras. Curiosidade é que o Spitfire possuiu versões com hélices penta pás de série, nos últimos modelos produzidos e equipados com motores RR Griffon.

Apesar de ser baseado em um avião de guerra, ele não possui qualquer tipo de reprodução de armamento. E acredito que isto não é política da Mattel, visto que, estes tempos, reproduziram alguns veículos com algum fundo bélico, como o  Sting Rod 2 ou o Invader.

Sobre a miniatura em si, dependendo da edição da qual é lançada, o material da base (que inclui as asas) pode ser plástico ou metal. Mas a "fuselagem" é sempre metálica. O motor, os air intakes laterais e a bequilha (trem de pouso traseiro) parecem formar uma única peça plástica que é encaixada entre a base e a fuselagem. E a hélice, plástica. O canopy (cobertura do cockpit) pode ser transparente com alguma cor ou como na edição desde 2013, cromado. A bequilha não possui rodas e a roda adotada em todos os modelos desde 2004 é a micro5SP. Uma curiosidade é que a construção do Mad Propz mudou em 2012. Até então, ele tinha a roda da bequinha e constituia-se de 6 partes:
- Base com as asas
- Fuselagem
- Roda da bequilha
- Hélice
- Canopy
- Partes do "interior", motor e os detalhes cromados.


Mad Propz de 2010 e 2015 - vide as partes componentes - hotwheels.wikia.com 
Hoje, juntaram as partes do interior com o canopy e eliminaram a roda da bequilha. Imagino que os designers da Hot Wheels ficaram um pouco contrariados com isto. Corte de custos claro.


Aspecto da parte inferior dos Mad Propz, acima 2012 e abaixo 2016. Nota-se a diferença na bequilha - trem de pouso da cauda. No 2012, ainda possuía uma pequena roda. No 2016, esta é fixa e parte do conjunto motor e canopy
Não há detalhes de interior, dentro do canopy e nota-se algumas emendas grosseiras nas partes constituintes da miniatura. Por se tratar de uma miniatura de 2004, acredito que possivelmente falta incorporar modificações nas tecnologias de conformação ou confecção dos moldes das matrizes. Nota-se que as matrizes mais recentes, de uns três anos para cá, diminuíram ou mesmo eliminaram estes defeitos.

O Mad Propz virou praticamente um habituée na mainline, estando presente, em sequência, desde 2007. Ainda foi oferecido nas embalagens 5-Packs e mesmo séries especiais, como a Classics. Além de oferecida como um brinde da Pepsi no Japão.

Mad Propz Pepsi do Japão. http://s712.photobucket.com/user/BKisling

Sobre o avião real, o Curtis P-40 foi um caça-bombardeiro leve de fabricação americana para a segunda guerra mundial. Dentre os aviões do tipo, foi o terceiro mais produzido, com mais de 13700 produzidos. O primeiro, outra lenda americana, o P-51 Mustang e o P-47 Thunderbolt. Ele foi produzido entre 1939 e 1944.

wp.scn.ru
Ele utilizou dois modelos de motor, ou um motor Allison V12 28.0L de 1150 HP, refrigerado com líquido. Ou um Packard Merlin V12 de 28.0L. Este motor é uma versão americana do Rolls Royce Merlin do Spitfire, também um V12 28.0L e refrigerado a líquido. Diz a história que as nações aliadas, na guerra, faziam muito intercâmbio de tecnologias, por isto, estas semelhanças.

As asas eram elípticas, trem de pouso convencional (tail dragger), tinha no P-40E seis canhões .50 (três em cada asa) e ainda podia levar três bombas sob as asas. Era conhecido por boa manobrabilidad e um dos aviões com menor raio de curva, utilizado muito nos famosos "dog fightings", mas as vezes, faltava potência do motor, especialmente em altas altitudes. Alguns recursos como turbochargers e superchargers foram utilizados, passando a potência original dos 1150 HPs para até 1400 HPs. Este avião combateu, entre outros, os Mitsubishi A6M "Zero", que eram mais leves, com ótima manobrabilidade, porém, menor resistência. Este avião era conhecido tanto pela robustez quanto pela facilidade de manutenção. Ele atuou nos fronts do Pacífico, Oriente Médio, China e mesmo na América do Norte. Uma curiosidade, a Rússia foi operadora do tipo.

A FAB (Força Aérea Brasileira) utilizou-se deste avião, por muitos anos, inclusive sendo a última operadora militar do tipo, retirando-o de operação em 1958. Apesar de todos estes anos, há cerca de 20 P-40 ainda em condições de voo no mundo. Há diversos em museus ao redor do mundo, inclusive no Brasil, no Musal, no Rio de Janeiro.

O Supermarine Spitfire, por sua vez, foi um caça e também avião de reconhecimento, treinador e interceptador inglês, praticamente sendo a espinha dorsal da RAF - Royal Air Force. Ele combateu principalmente os aviões da Luftwaffe, a força aérea alemã. Porém, atuou no front do Pacífico, África e no Leste. O avião tem um status de lenda entre os entusiastas de aviação. Foi produzido entre 1938 e 1948, com mais de 20300 exemplares produzidos. Várias forças aéreas do mundo utilizaram-se do Spitfire.

www.wikipedia.org

www.wikipedia.org - Arpingstone
Era reconhecido como um dos aviões mais velozes da segunda guerra mundial. Até hoje, há unidades em condições de voo, sendo cerca de 50 ao redor do mundo, apesar de seu último papel em forças aéreas ser na Irlanda, em 1961.

Assim como o P-40, o Spitfire possui um motor V12 de 28.0L - o Rolls Royce Merlin. Ou as versões posteriores, o Rolls Royce Griffon, muito mais potente. E as famosas asas elípticas. Particularmente, quando me lembro de asas elípticas, me lembro do Spitfire. Elas foram desenhadas assim, para reduzir o atrito induzido pela redução das áreas frontais (de impacto) da asa, para torná-las mais finas. E também pelo posicionamento de armamentos. Seu trem de pouso também era convencional (tail dragger).

Spitfire MK XVI - notem a hélice penta pá - wikipedia - Spartan7W

O Spitfire é citado também em uma música da banda inglesa Iron Maiden, a Aces High. A música conta a história do combate "Battle of Britain", inteiramente tendo como palco o ar e um dos protagonistas, um esquadrão da RAF.

"Bandits at 8 o'clock move in behind us
Ten ME-109's out of the sun
Ascending and turning our Spitfires to face them
Heading straight for them I press down my guns"

Acredito que este seja um dos mais carismáticos HotWheels, dada a sua presença na Mainline por tantos anos consecutivos. Também por ser uma miniatura diferente do restante da linha e por ser uma miniatura muito bonita e chamativa. Pela semelhança com as lendas da segunda guerra mundial, creio que é também bastante querida pelos entusiastas da aviação.

Dois dos meus Mad Propz. Um 2012 e o outro 2016


Curiosidades!
O Mad Propz, no começo, chamava-se Madd Propz, mas devido a já existência da patente sobre o nome MADD - Mothers Against Drunk Driving, a Mattel voltou atrás e renomeou a miniatura em 2007.

A miniatura HotWheels foi produzida na China, Tailândia e Malásia. Às vezes, no mesmo ano, em países diferentes.

Fontes:
http://hotwheels.wikia.com/wiki/Mad_Propz
http://s712.photobucket.com/user/BKisling/media/PEPSI%20NEX%20CARS/newcars7.jpg.html
https://en.wikipedia.org/wiki/Curtiss_P-40_Warhawk
http://www.warbirddepot.com/aircraft_fighters_p40-banta.asp
http://wp.scn.ru/en/ww2/f/375/3/0
https://en.wikipedia.org/wiki/Allison_V-1710
https://en.wikipedia.org/wiki/Aces_High_(song)
https://en.wikipedia.org/wiki/Supermarine_Spitfire

Fly high, ace!
Muito obrigado e abraços.